terça-feira, 19 de novembro de 2013

Carta Aberta à Sociedade: Dia Internacional do Ambulante - 14 de novembro

Trabalhadores(as) ambulantes também possuem direito ao trabalho na cidade!!
Nós trabalhadores(as) ambulantes existentes nos centros urbanos de centenas de cidades brasileiras, conscientes da dignidade de nosso trabalho e de sua importância para o sustento de nossas famílias, apresentamos a presente CARTA ABERTA à toda a sociedade para comemorar, neste dia 14 de novembro de 2013, o dia internacional do trabalhador ambulante. Escrevemos também para denunciar as violações que vêm ocorrendo em diversas cidades em nome da Copa do mundo de 2014.
Sabemos que nossa atividade é importante para a economia, especialmente para proporcionar o acesso aos diversos bens e produtos produzidos na sociedade como, por exemplo, chapéus, roupas, sapatos, eletrônicos, utensílios domésticos, material de informática, bijuterias, alimentação, bebidas, doces, salgados, acessórios masculinos e femininos, bilhetes de ônibus, entre outros milhares de produtos consumidos diariamente pela população brasileira de todas as faixas econômicas, raça, credo e origem. Quem nunca comprou algum produto com um ambulante que atire a primeira pedra!!
Nossa escolha pelo trabalho ambulante representa, muitas vezes, uma oportunidade aberta para a manutenção de nossos lares, para o pagamento da alimentação de nossa família, dos serviços de água, luz e telefone que abastecem nossas casas, do custeio da educação de nossos filhos, do pagamento do aluguel ou da prestação de nossas casas, entre tantos outros direitos que efetivamos com o suor de nosso trabalho nas ruas. Se o trabalho deve dar dignidade ao ser humano, por que não podemos garanti-lo no comércio de rua?
Também estamos nas ruas, pois nela não há os portões das fábricas ou as cercas das fazendas para privatizar os meios de subsistência barrando nossa passagem em busca de sobrevivência nos centros urbanos ou quando lutamos para garantir o futuro de nossas famílias. O comércio realizado nas ruas é uma atividade histórica. Acreditamos que o espaço público é um espaço eminentemente de trocas: trocas de mercadorias, trocas de informação, trocas de conhecimento, trocas de experiências de vida, trocas pessoais e coletivas, trocas de valores, entre outras.
Queremos transformar este dia nosso em um dia marcado pela busca de conquistas e contra a opressão provocada pelos grandes grupos econômicos e pelos governantes. Ainda estamos sedentos de direitos e de regulamentação que reafirme o papel social do trabalhador ambulante ao invés de criminalizá-lo e reprimi-lo. Em uma sociedade absurdamente desigual e sem emprego para todos, reprimir trabalhadores ambulantes é tão contraditório quanto manter as grandes fortunas imunes de tributação.
Estamos enfrentando dificuldades para garantir o direito ao trabalho principalmente nas cidades que sediarão a Copa do mundo da FIFA de 2014. Muitas das capitais que receberão os jogos vêm realizando um processo de “higienização” urbana, que tira das áreas de interesse turístico e econômico das cidades tudo o que lembre a pobreza. Milhares de ambulantes vêm sendo removidos das ruas como obstáculos para a paisagem, sem ter nenhuma garantia assegurada e nem mesmo espaço de negociação com o poder público. Somos trabalhadores(as) dignos(as), temos nosso meio de sobrevivência arrancados de nós e ainda somos tratados como criminosos.
Além disso, existe o anúncio de que durante a Copa ninguém trabalhará nas áreas reservadas para a FIFA. Seria justo que o poder público se responsabilizasse em garantir o sustento das famílias afetadas por essa restrição, abrindo outras frentes de trabalho, como áreas com telões, evitando assim que trabalhadores ambulantes, impedidos de trabalhar, sejam colocados em situação de alto risco social, e também para que a festa seja verdadeiramente para todos. O que não admitimos é sermos excluídos e ainda ignorados, veementemente desrespeitados enquanto cidadãos trabalhadores que somos.
Também reafirmamos o que vem sido reivindicado nos espaços políticos de Direitos Humanos:
- Nosso repúdio às políticas de gestão das cidades baseadas no modelo de cidade-empresa, caracterizada pela apropriação dos recursos públicos por poucos grupos privados, pela criminalização da pobreza, por processos de remoção, e pela redução da cidade a sua faceta de exportação.
- Que os governos federal, estadual e municipal promovam a integração progressiva do comércio informal que realizam as pessoas com pouca renda ou desempregadas, evitando a eliminação e disposição de espaços para o exercício de políticas adequadas para sua incorporação na economia urbana.
- Que as políticas de gestão urbanística e social das cidades necessariamente atendam, prioritariamente, às demandas sociais locais, e não a projetos estruturantes de megaeventos e grandes empreendimentos.
- Que sejam adotadas medidas que garantam que as pessoas que trabalham como vendedores ambulantes não sejam submetidas a hostilidades, incluindo penalizações por razões relativas à organização de megaeventos esportivos e megaempreendimentos.
Somos trabalhadores no comércio ambulante e também temos direito à cidade!
Estamos nos organizando e lutaremos até o fim pelo direito ao trabalho!
Viva o(a) ambulante, o(a) camelô, o(a) barraqueira(a), o(a) feirante e todos(as) os(as) vendedores(as) de rua!
Viva o dia 14 de novembro!
Comissão Nacional de Vendedores(as) Ambulantes
ABAEM – BELO HORIZONTE
Associação dos Barraqueiros da Área Externa
do Mineirão
AEFO – RIO DE JANEIRO
Associação de Expositores das Feirartes e Outros
APROVACE – FORTALEZA
Associação Profissional do Comércio de Vendedores Ambulantes do Estado do Ceará
ASFERAP – PORTO ALEGRE
Associação Feira Rua da Praia
ASFAERP – SALVADOR
Associação dos Feirantes e Ambulantes da região metropolitana de Salvador
ASSOCIAÇÃOAMBULANTES DO GASÔMETRO – PORTO ALEGRE
FÓRUM DOS AMBULANTES DE SÃO PAULO
SINCOVAM-MANAUS
Sindicato do Comércio de Vendedores Ambulantes de Manaus
MUCA – RIO DE JANEIRO
Movimento Unido dos Camelôs
SINDFEIRAS – MANAUS
Sindicato do Comércio Varejista dos Feirantes de Manaus
CENTRO GASPAR GARCIA DE DIREITOS
HUMANOS
STREETNET INTERNATIONAL
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sábado, 16 de novembro de 2013

Rodovia do Contorno ou da Morte?

Na última quinta-feira, véspera de feriado do dia da República, houve mais um protesto na Rodovia do Contorno, na altura do bairro André Carloni, Serra-ES. A manifestação teve como objetivo chamar a atenção para necessidade de construção de uma passarela na região para evitar os constantes acidentes com pedestres. Essa reivindicação é antiga não só para os bairros que margeiam essa rodovia na Serra como também em Cariacica. Diversas pessoas já perderam suas vidas tentando atravessar essa via, inclusive crianças. 
Quando se fala nesta Rodovia, a tônica principal é sua importância enquanto eixo rodoviário que concentra importante fluxo de caminhões e a necessidade de concluir a duplicação. Valoriza-se, sobretudo, o seu papel logístico para a economia capixaba. 
Essa rodovia também foi eixo para expansão da periferia da Grande Vitória. Diversos bairros populares foram sendo criados e expandidos em suas margens, na Serra e em Cariacica. Bairros como Jardim Carapina (Serra) e Flexal (Cariacica). A população de tais bairros sofrem há anos a falta de segurança dessa Rodovia, pagando com as vidas de jovens, adultos e idosos. 
A pressão popular por segurança é legítima e necessária! 

14/11/2013 - 17h32 - Atualizado em 14/11/2013 - 18h28

Trânsito na BR 101 fica completamente bloqueado por conta de protesto na Serra

Moradores queimam pneus e exigem a construção de uma passarela na rodoviaShare on email



O trânsito nos dois sentidos da BR 101, na Serra, que estava bloqueado por protesto de moradores, foi liberado, segundo informação da Polícia Rodoviária Federal (PRF), por volta das 18h20 desta quinta-feira (14). Mas o trânsito ainda está congestionando na Rodovia do Contorno e outras vias importantes da região. 

Os moradores fecharam o km 269, na altura do bairro André Carloni, para reivindicar a construção de uma passarela na região. Os moradores queimaram pneus e outros objetos. 
Leia matéria na integra: http://migre.me/gEwdB
Postado por Thalismar 





sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Dados da exclusão dos pobres nas cidades capixabas

As informações do IBGE revelam que o direito à educação básica tem chegado nas áreas mais pobres das grandes cidades do Espírito Santo. Evidentemente, as informações se referem ao aspecto quantitativo de acesso à escola. Ainda há muito a se avançar na qualidade do ensino básico público. Em função de tal aspecto e outros de ordem social, as pesquisas mostram também que uma pequena minoria dos moradores dos bairros populares, que o IBGE conceitua como áreas subnormais, conseguem chegar ao ensino superior, menos de 2% dos habitantes.
A matéria do Gazetaonline trás ainda outros aspectos da exclusão como o elevado tempo gasto para se chegar ao trabalho e o nível de formalização dos empregos nessas áreas das cidades capixabas.
Portanto, os dados mostram que a exclusão social tem claramente um componente espacial. Por isso, quando se fala em acesso à direitos básicos é preciso analisar onde e como as políticas públicas tem se realizado. A grande mídia e a Prefeitura de Vitória divulgam o tempo todo o fato da Cidade ser a quarta em IDH do país. Mas, será que os moradores dos morros de Vitória se sentem orgulhosos? Como o Estado chega a essas comunidades? Apesar dos avanços, há ainda muito a se fazer para tornar as cidades menos desiguais.

06/11/2013 - 17h23 - Atualizado em 06/11/2013 - 23h49                      

Moradores de áreas pobres no Estado têm acesso a creches e escolas, mas poucos chegam ao ensino superior

Mais de 90% estão na escola, mas 2%, em média, fazem faculdade 

                     
                                         
Creches e escolas públicas são as principais instituições nas quais mais de 90% da população que vive em áreas desfavorecidas no Espírito Santo têm acesso, de acordo dados do estudo Aglomerados Subnormais do Censo Demográfico de 2010, do IBGE. Entretanto, a proporção de pessoas com curso superior completo, nas mesmas regiões, é de menos de 2%, em média.
Leia a matéria na íntegra: http://migre.me/gABwQ
Postado por Thalismar

domingo, 27 de outubro de 2013

Bicicletada Vitória: implantação de Ciclofaixa em Jardim da Penha



A Bicicletada é um coletivo formado por ciclo-ativistas que se propõe a chamar atenção sobre a importância da bicicleta como, de fato, um meio de transporte nas cidades. Evidentemente, os ciclo-ativistas encontram grandes desafios, já que as nossas cidades são pensadas e produzidas para os carros. 
Em Vitória-ES, a Bicicletada ocorre na última sexta-feira de cada mês. Além de "roles" pela cidade, o coletivo também imprime ações diretas sobre o espaço urbano, como pintar faixas exclusivas para bicicletas em determinados locais. É uma forma de pressionar o poder público a realizar tais intervenções nas vias. 
Na última sexta-feira (25/10), o grupo implantou mais uma "ciclofaixa", entre a Ponte da Passagem e Jardim da Penha. 
Ciclofaixa implantada pela  Bicicletada em JP-Vitória 













"Governo pra que?

Morreram ciclistas. A bicicletada já tinha feito essa ciclofaixa para proteger os ciclistas e evitar mais mortes. A prefeitura tinha apagada para deixar apagado. Não bastou ter feito a passarela do lado errado. A prefeitura entregou a obra da Fernando Ferrari e da nova ponte da passagem sem ter feito a junção completa da ciclovia e fazendo um trajeto muito mal feito. O povo esperou meses e sofreu muito para ver ver essa junção feita pela prefeitura. Nada aconteceu, deixando os ciclistas na mão e arriscando num local simples e com espaço para uma ciclovia.

Até agora, não fiquei sabendo de ciclistas mortos ali e espero que não morra ninguém até essa falha grave da prefeitura ser corrigida. 
Com tantas avenidas asfaltadas para principalmente um conforto apenas um pouquinho melhor de quem engarrafa e polui mais a cidade enquanto não se faz obras que podem dar mais segurança de quem não engarrafa e quem não polui. É disso que se trata."

Obs: Fotografia e texto retirado do perfil da Bicicletada Vitória no Facebook. 

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Nota do Fórum Popular de Defesa de Vila Velha


Fórum popular em Defesa de Vila Velha

RESGATANDO A VERDADE DOS FATOS
Passou quase despercebido pela imprensa local– com a honrosa exceção de um Veículo de Comunicação - a votação ocorrida na Câmara Municipal de Vila Velha em 5 de setembro do corrente ano. Entretanto, o que ocorreu só se equivale, em proporção, à Ação do prefeito anterior, quando fez aprovar na Câmara uma alteração radical no Plano Diretor urbano sem o devido processo de consulta à sociedade civil como estabelece a Lei Orgânica do Município bem como o Estatuto da Cidade. Vamos aos fatos.
Em 28 de maio de 2012 o Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo votou a inconstitucionalidade de 13 artigos do Plano Diretor Urbano de 2007, mais especificamente os artigos: Art. 105; Art. 125; Art. 137;140; Art. 141; Art. 144; Art. 147; Art. 149; Art. 150; Art. 151; Art. 152; Art. 160 e §único do art.350.
Destes se destaca o art.137 que fixa os parâmetros urbanísticos para o Município, a saber: os coeficientes de aproveitamento para cada zona de uso, que estabelece o potencial construtivo; a taxa de ocupação, que estabelece o percentual do terreno que poderá ser ocupado; o gabarito dos prédios, que fixa o número de pavimentos, bem como os afastamentos frontais laterais e de fundo, a possibilidade de colar ou não uma edificação à outra na existência de parede cega, a altura das edificações, o número de vagas de garagens, entre outros.
Com a declaração de inconstitucionalidade esperava-se um esforço do Município na regulamentação destes artigos, retomando o debate com a sociedade. A administração foi relativamente lenta neste processo, e em abril do corrente ano encaminhou um projeto de lei para regulamentar estes artigos ( o PL 009/2013) sem qualquer diálogo com a sociedade. O Fórum Popular protestou contra este fato, o Projeto de lei foi retirado da Câmara e o PL 009/2013 foi a debate em uma única audiência pública em 11 de abril, ocasião na qual o Fórum Popular, respaldado pela várias associações ali presentes, leu e entregou aos representantes do poder Público Municipal a sua crítica ao projeto de lei bem como sua contribuição, o que foi parcialmente acatado pelo Poder Público Municipal e integralmente acatado pelo Ministério Público. A discussão passou a ocorrer, a partir daí, apenas no COMDUR. No final de Abril deste ano, a CMVV protocolou uma petição, no Tribunal de Justiça, pedindo urgência no julgamento dos embargos de declaração à Ação direta de Inconstitucionalidade do PDM de 2007 ,e caso o TJ não se pronunciasse favorável ao Embargo declaratório, que modulasse os efeitos da ADIN de forma que a decisão só viesse a valer para projetos arquitetônicos protocolados no Município, posteriores a data da decisão, qual seja, 28 de maio de 2012.

Com isto a maioria dos projetos aprovados no governo anterior, seriam legalizados e liberados segunda a legislação anterior à ADIN. O Tribunal de Justiça se manifestou de forma unânime, rejeitando a petição da Câmara. Só a partir daí houve um esforço concreto do Município para regulamentar os 13 artigos o que ocorreu após uma reunião no Ministério Público entre Setor empreendedor da Construção civil, o Fórum Popular em Defesa de vila Velha, e representantes da Câmara Municipal. Fruto deste acordo foi aprovado na Câmara a Lei 5430 regulamentando os treze artigos, em 28 de junho, embora tenha havido pendências que ainda estão em processo de debate quanto à regulamentação.
Pois bem, ignorando a decisão do TJ, ignorando o processo de debate havido desde 2011, ignorando a lei 5430 de 28 de junho, o Governo Municipal fez votar em 5 de setembro uma lei, a lei 5441 de 6 de setembro de 2013, estabelecendo parâmetros urbanísticos para os projetos protocolados até 28 de maio de 2012, restabelecendo para estes o mesmo regime urbanísticos dos artigos declarados inconstitucionais, numa clara afronta ao movimento popular, ao Ministério Público e ao próprio tribunal de Justiça.
O Fórum Popular soube deste projeto de lei, por meio da Câmara, dois dias antes da votação. Cientes do teor do Projeto, recorremos ao Ministério Público que fez uma nota recomendatória à Câmara pedindo a retirada do projeto da pauta de votação para debate. O Fórum popular também protocolou ofício solicitando ao Presidente da Câmara a retirada de pauta da votação e o necessário debate sobre o assunto. Todos os pedidos foram negados e o projeto foi à votação em regime de urgência com o voto favorável de 13, dos 14 Vereadores presentes. Note-se que este projeto também não foi submetido ao COMDUR( Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano).
Tamanho arbítrio não pode ser silenciado e o Fórum popular vem a público denunciar este fato e pedir a urgente mobilização de todos os que lutam por uma ocupação ordenada da cidade segundo parâmetros que considerem não apenas o interesse privado, mas principalmente, uma cidade ambientalmente equilibrada e com qualidade de vida.

Fórum Popular em Defesa de Vila Velha




sexta-feira, 26 de julho de 2013

O Caso do PDM de Vila Velha

Desde de 2011 se arrasta a polêmica entorno do PDM de Vila Velha. Como já foi colocado nesse espaço, a Sociedade Civil do município não aceitou a mudança autoritária do PDM pelo poder público e entrou na justiça alegando uma série irregularidades no processo. Em 2012 a Sociedade Civil obteve uma importante conquista quando a Justiça decretou a anulação do PDM. Desde então, a aprovação de projetos imobiliários no município tem tido dificuldades. Em outras palavras, os interesses do mercado imobiliário têm sido freados pela sociedade de Vila Velha e pelo Ministério Público. Nesse conflito envolvendo a apropriação da cidade, por várias vezes a grande mídia se colocou a partir de diversas manchetes alarmistas sobre o número de empreendimentos não aprovados e as cifras envolvidas. Para sensibilizar a população as notícias também sempre citam que empregos deixam de ser gerados. 
Abaixo, segue uma interessante entrevista com a Promotora de Meio Ambiente do Ministério Público Estadual Nice Sampaio. A Promotora, na verdade, exerce um direito de resposta ao Sindicato da Construção Civil (SINDUSCON) que criticou a ação do Ministério Público. 
A Promotora traz alguns aspectos muito importantes como a questão dos limites da atuação do mercado imobiliário. A iniciativa do mercado imobiliário, como de outros setores privados, é livre, desde que respeite princípios como a função social da propriedade e da cidade, de gestão democrática, etc. E salienta a importância do PDM como instrumento para gestão participativa da cidade. 
Segue abaixo o link com a entrevista cedida a CBN:





sexta-feira, 19 de julho de 2013

Trabalhadores informais fazem protesto em Guarapari: Reivindicação? Direito ao trabalho.

Na última quarta-feira (17/07), trabalhadores ambulantes fizeram um protesto em frente a Prefeitura de Guarapari. A reivindicação: direito ao trabalho na cidade. 
Conforme outras prefeituras da Região Metropolitana da Grande Vitória, a Prefeitura de Guarapari, a partir de um discurso de ordenamento da cidade, na prática acaba por excluir os trabalhadores ambulantes. Para a venda de picolés, água de coco, queijo, cachorro-quente, artesanato, entre outros, a Prefeitura realizará um PROCESSO SELETIVO. Um desabafo de uma trabalhadora a artesã Lucia de Andrande: "A minha única fonte de renda é o artesanato, só quero barraca fixa, pois o produto que fica exposto é pesado."
Fonte: A Tribuna, 17/07/2013

terça-feira, 2 de julho de 2013

Nota da AGB sobre as Manifestações Populares pelo Brasil: junho/2013


Nota da DEN-AGB sobre as Manifestações Populares de Junho de 2013
 
A Diretoria Executiva Nacional da Associação dos Geógrafos Brasileiros vem acompanhando as lutas e as manifestações que estão ocorrendo por todo o Brasil nas últimas semanas.
Consideramos que o Brasil passa por um momento de efervescência política no qual estão aflorando as profundas contradições que marcam o país. A luta dos povos originários e camponeses contra a expansão do agronegócio, as greves nos canteiros de obras do PAC, a resistência aos despejos e remoções causados pelas obras de infraestrutura relacionadas aos megaeventos (Copa das Confederações, Copa do Mundo e Olimpíadas), pela especulação imobiliária e pelos grandes projetos de desenvolvimento são demonstrações de uma insatisfação crescente da população brasileira que agora se materializa no momento em que milhões de pessoas vão às ruas.

A AGB vem há tempos participando ativamente da construção dessa resistência, contribuindo com debates, reflexões, textos e relatórios, seja nos Encontros Nacionais de Geógrafos (ENGs), onde estas questões têm sido sistematicamente debatidas, seja no cotidiano das Seções Locais. Relatórios como os da AGB-Porto Alegre contra as remoções urbanas, da AGB-Viçosa sobre os impactos do mineroduto da Ferrous ligando Minas Gerais ao Espírito Santo, da AGB-Vitória contra a Coca-Cola/Sucos Mais e das AGBs Rio e Niterói sobre o Porto do Açu de Eike Batista, são alguns exemplos dessa contribuição e estão disponíveis na página da AGB (agb.org.br). Da mesma forma, a Revista Terra Livre tem, desde 2010, uma Seção destinada a publicar textos provenientes de seus Grupos de Trabalho que é mais um canal de divulgação dessas ações.   
Na atual conjuntura, onde as manifestações se multiplicam e ganham caráter massivo, consideramos fundamental reforçar nossa contribuição para essa luta em prol de uma sociedade mais democrática, justa e igualitária. Neste sentido, denunciamos a manobra das grandes corporações midiáticas, lideradas pela Rede Globo, que inicialmente buscaram fazer o de sempre: criminalizar as manifestações para justificar a repressão às mesmas, como parte da estratégia de criminalização da pobreza e das lutas e movimentos sociais. Com o fracasso da estratégia tradicional e generalizada de repressão e o crescimento das manifestações impulsionadas pela rejeição à violência policial e pelas conquistas inicialmente obtidas, agora as grandes corporações midiáticas se voltam para a tentativa de conduzir as manifestações, dividindo-as entre: (1) as pacíficas e legítimas – as que colorem as ruas de verde e amarelo e adotam pautas genéricas, como ser contra a “corrupção” (todos são contra a corrupção, o problema é se o tratamento dado à questão é meramente moralista, como se fossem o resultado de desvios de conduta de pessoas ou de partidos políticos, ou se associa a corrupção às estruturas e formas de dominação econômica e política do capital, o que evidentemente a mídia corporativa não faz, afinal ela é tão sócia dos lucros dos grandes eventos, quanto as empreiteiras que estão superfaturando os gastos com as obras, por exemplo); (2) as violentas e ilegítimas – as que descambariam para o vandalismo e a depredação do patrimônio, como vocifera cotidianamente a mídia corporativa.

O fato é que as manifestações passaram a ser disputadas entre esquerda e direita. Entre as pautas concretas e objetivas relacionadas ao sofrimento cotidiano dos trabalhadores brasileiros nas escolas, postos de saúde, moradia e transporte precários, mas que refletem a natureza profundamente desigual e injusta da sociedade brasileira; e as pautas genéricas (não à corrupção) ou pontuais (contra a PEC 37) que obscurecem a natureza de classe dos conflitos instaurados nas ruas brasileiras.
Junto com a mídia corporativa, também a polícia e os governos de turno mudaram a estratégia e passaram a apoiar e tentar dar o tom das manifestações, numa clara tentativa de manipular a pauta das reivindicações e preparar o caminho para a retomada do controle da situação pelos setores mais conservadores.

Assim, as manifestações vêm aumentando, mas também sendo tomadas por palavras de ordem nacional-ufanistas, reivindicações pulverizadas e um pacifismo idealista que descaracteriza o enfrentamento aos problemas sociais que, de fato, levaram o povo às ruas. As revoltas que se iniciaram com as lutas contra o aumento das tarifas de transporte nas grandes cidades – e que ganharam visibilidade nacional e internacional em meio à Copa das Confederações (ou Copa das Manifestações, como a sabedoria popular a rebatizou...) – trouxeram à tona inúmeras reivindicações que hoje condensam a luta dos setores populares no Brasil:

1.      A luta pelo transporte público gratuito e de qualidade – capitaneada pelo Movimento Passe Livre (MPL) que tem o mérito de ter acendido o rastilho de pólvora das manifestações – que por sua vez traz consigo a discussão sobre o direito a uma cidade mais igualitária e menos segregada através da proposta de Tarifa Zero.

2.      A luta por educação e saúde públicas, gratuitas e de qualidade e contra os processos de privatização e mercantilização em curso nessas áreas e que se materializam na reivindicação de 10% do PIB para a Educação Pública e no fortalecimento do SUS sob o controle popular. 

3.      A luta contra os despejos e remoções na cidade e no campo para dar lugar à expansão dos grandes empreendimentos capitalistas – que trazem junto consigo a revitalização da luta pelas reformas agrária e urbana.

4.      A luta contra os gastos exorbitantes em obras para os megaeventos, sobretudo a Copa do Mundo e as Olimpíadas.
 
Nesse sentido afirmamos nosso apoio e solidariedade a todos os movimentos que estão nas ruas lutando por um Brasil mais justo, igualitário e democrático.
 
Todo apoio às lutas dos oprimidos!
Contra a criminalização dos movimentos sociais!
Nos encontramos nas ruas, em diferentes cidades!
            Desejamos muita força na luta!
 
Associação dos Geógrafos Brasileiros
Diretoria Executiva Nacional – Gestão 2012-2014

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Informativo para a 5a Conferência Municipal da Cidade da Serra-ES

Amanhã, dia 18/05, ocorrerá a 5a Edição da Conferência Municipal da Cidade da Serra, Região Metropolitana da Grande Vitória. Será mais uma oportunidade para se discutir os problemas da cidade como construir alternativa a partir do diálogo entre o poder público e a sociedade civil. O GT de Assuntos Urbanos da AGB-Vitória preparou um informativo para ser distribuído nesse evento. Foram abordados vários temas: Conselho da Cidade da Serra, Moradia popular, mobilidade urbana, direito à informação, etc. 
Acesse o link abaixo para ter acesso ao documento:



Postado por Thalismar 

domingo, 12 de maio de 2013

"Cadê o Mestre Álvaro?"

Av. Eudes Scherrer (também conhecida como Avenida Civit) em Laranjeiras, Serra. Essa frase revela uma violação de direito que passa despercebido pelo nosso cotidiano. O rápido processo de verticalização promovido pelo mercado imobiliário na Serra, dentre outros impactos, tem mudado as possibilidades concretas de contemplação da paisagem do Mestre Álvaro, que é considerado um Patrimônio Natural do município. Com a multiplicação dos condomínios verticais, a contemplação da paisagem do Mestre Álvaro passa ser cada mais um privilégio para alguns. Os incorporadores, aliás, já utilizam esse artifício para valorizar seus empreendimentos. 

Paisagem do Méstre Álvaro (823 m)
Postado por Thalismar

sexta-feira, 15 de março de 2013

A cidade que "assassina" os ciclistas

São diversos os benefícios individuais e coletivos do uso da bicicleta como meio de transporte nas cidades. De um lado, pedalar é uma atividade física, de outro, usar a bicicleta não polui e ainda contribui para um melhor trânsito nos espaços urbanos. Apesar disso, o transporte não-motorizado, assim como o público, ainda não é, de fato, uma política pública no Brasil. Por isso, se locomover de bicicleta em nossas cidades é um permanente e perigoso desafio, pois falta ciclovias, ciclofaixas, bicicletários, vestiários.... enfim, condições e estímulo para o uso das bicicletas. Abaixo, segue duas matérias. A primeira revela o número de acidentes envolvendo ciclistas no Espírito Santo em 2012 e a segunda é sobre os protestos em colativa após a morte de mais um ciclista. 


Mais de 1.200 ciclistas sofreram acidentes no ES em 2012

Dentre as lesões mais frequentes nesses pacientes são os traumatismos cranianos
14.3.2013 - Redação
Durante todo ao ano de 2012, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu)
atendeu 1.249 vítimas de acidentes nas 12 cidades capixabas atendidas pelo sistema. Este ano, somente no carnaval foram 07 atendimentos.

Em São Paulo, aproximadamente nove ciclistas são internados por dia em hospitais públicos vítimas de acidentes de trânsito. Os gastos com internamento chegaram a R$ 3,3 milhões ao Sistema Único de Saúde (SUS). 


Matéria na íntegra







http://migre.me/dGY9Q

4/3/2013 às 11h44 - 



Atualizado em 14/3/2013 às 12h19

Moradores fecham ponte em protesto contra morte de ciclista em Colatina

Folha Vitória
Redação Folha Vitória

ReproduçãosUm protesto contra a violência no trânsito tomou conta das ruas do município de Colatina, no Noroeste do ES, no início da noite desta quarta-feira (13).
Foto e vídeo: Colatina Hoje
Ciclistas e pedestres se reuniram na Avenida Beira-Rio e seguiram para a Ponte Florentino Ávidos. O trânsito foi interrompido pelos manifestantes durante uma hora.
O protesto foi pacífico e pedia por segurança no trânsito, depois da morte do atleta colatinense Werlon Zaché, vítima de um acidente envolvendo um ônibus de uma empesa municipal.
Matéria na íntegra: http://migre.me/dGY5P
Postado por Thalismar